Segundo Polícia Federal, cerca de 2 mil estrangeiros vivem na região oeste.
Preconceito não é pela cor da pele, mas pela nacionalidade, diz haitiano.

“Agora está todo mundo mais
relaxado porque o resultado do exame deu negativo. Mas as pessoas começaram a
falar que tem haitianos casados com brasileiras, com filhos e comentam que não
vão mais saber quem está doente e o vírus vai começar se espalhar. Ficam me
perguntando no trabalho: ‘Vocês que estão com ebola? Tem que mandar todo mundo
embora”, conta.
Segundo Geffrard, a hostilização começou ainda na noite de quinta-feira,
quando a notícia de que havia um africano internado na Unidade de Pronto
Atendimento (UPA), no bairro Brasília, com suspeita do vírus foi divulgada. “Na
quinta-feira, logo que se espalhou a notícia do ebola, um haitiano me contou
que estava voltando do trabalho, e no ônibus as pessoas não queriam sentar
perto dele por medo, ficaram afastadas”.

Para o haitiano, o preconceito não é pela cor da pele, mas sim por causa
da nacionalidade. “Eu já morei nos Estados Unidos, e aqui no Brasil o
preconceito não é muito exagerado como lá. Tem pouco preconceito com relação ao
negro, o maior preconceito é por sermos estrangeiros”, conta Geffrard, que
também acredita que as pessoas ficaram com receio porque Bah estava morando em
um albergue onde também estavam hospedados alguns haitianos.
De acordo com o responsável pelo setor de imigração da Polícia Federal
de Cascavel, Milton Fantucci, os estrangeiros tendem a se aproximar e ficarem
em grupos por causa da dificuldade com a língua.
Fonte: g1