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TRE identifica onze cidades com mais eleitores que o número de habitantes.

Os dados foram fornecidos pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), ontem (31), após a apuração do eleitorado potiguar e de seus municípios.
Onze municípios do Rio Grande do Norte apresentam o número de eleitores maior que a quantidade de habitantes que possuem. Há casos em que a quantidade de eleitores é quase o dobro do número de moradores, que chama muito a atenção porque no universo de habitantes registrado pelo IBGE há um percentual relevante de pessoas que não têm idade para votar, por exemplo. Isso indica que o número de eleitores deveria ser, no mínimo, um pouco menor que a população. Veja o caso de Natal: são 506.053 eleitores para cerca 803 mil habitantes (IBGE, 2010).    

Os dados foram fornecidos pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), ontem, após a apuração do eleitorado potiguar e de seus municípios. A curiosa distorção foi constatada nos municípios de Bodó, Felipe Guerra, Jardim de Angicos, Lagoa de Velhos, Monte das Gameleiras, Passagem, Pedra Grande, Pedra Preta, São Bento do Norte, Severiano Melo e Triunfo Potiguar. São municípios de pequeno porte, sendo que o mais populoso destes tem menos de 6 mil habitantes.

O levantamento considerou estatísticas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e a medição populacional do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com estimativas para 2013. O caso mais curioso é o de Severiano Melo, localizado na microrregião de Pau dos Ferros, com uma população estimada (2013) em 4.674 habitantes e 7.227 eleitores, 2.553 (54%) pessoas a mais do que as que moram por lá. Se as atenções se voltarem para as eleições municipais passadas, em 2012, o número de eleitores foi ainda maior: 7.347. 

Entre os referidos municípios, apenas Lagoa de Velhos, na Região Agreste, passou pela revisão biométrica, onde foram contabilizados 2.980 eleitores, que equivale a 446 eleitores a menos que em 2010. Apesar da redução no eleitorado, a cidade tem apenas 2.759 habitantes contabilizando 221 eleitores a mais que moradores. A distorção é de 8%. A incompatibilidade entre os números de habitantes e de eleitores não é novidade no estado, nem no país. Em 2012, o Brasil tinha 305 municípios com mais eleitores que habitantes e o Rio Grande do Norte era o segundo estado com cidades assim.

Foram identificados naquele ano 31 municípios potiguares em tal situação. Agora o número caiu para 11, mas há municípios que continuam apresentando o fenômeno.Os municípios de Lagoa dos Velhos e Severiano Melo, por exemplo, estavam entre os 20 municípios brasileiros com maior desproporção em 2012. Ambos continuam na mesma situação. Passagem, também na região Agreste, era o segundo com maior disparidade entre número de habitantes e de eleitores do país em 2012, com 4.580 eleitores e uma população de 2.910 pessoas, totalizando um excedente de 57%.

A cidade permanece com a distorção, mas num percentual menor:35,2%%.Atualmente são 4.113 eleitores para 3.040 habitantes.O TRE fala com cautela sobre o assunto porque essas diferenças não caracterizam, obrigatoriamente, irregularidade.Mesmo assim, a justiça eleitoral não descarta a possibilidades de existir transferência de títulos para influenciar as eleições.A diretora Geral do TRE/RN, Andrea Campos, diz que as revisões eleitorais permitem corrigir distorções e fraudes, especialmente em municípios onde o número de eleitores excede a quantidade aceitável. 


A Justiça Eleitoral identifica migração de eleitores para cidades especialmente em eleições municipais. No ano de 2012, durante as eleições municipais, cinco dos 11 listados agora estavam com mais eleitores do que hoje e quatro deles mantiveram quase a mesma quantidade. Segundo a diretora, esta ação pode ser interpretada como fraude e, caso o cartório eleitoral perceba a irregularidade, pode enviar um oficial de justiça para conferir se o vínculo  eleitoral existe ou não.
Fonte: Novo Jornal

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