Na terça-feira (12) o pesquisador carioca Artur Ávila Cordeiro de Melo se tornou o primeiro brasileiro a receber a Medalha Fields, considerada por acadêmicos dos Estados Unidos e Canadá como a principal premiação da matemática, equivalente ao Prêmio Nobel. A conquista deste matemático de apenas 35 anos, que fez a graduação, o mestrado e o doutorado no Brasil, contrasta com os baixos índices de proficiência dos estudantes brasileiros em matemática no ensino fundamental e ensino médio.


Veja no vídeo ao lado a trajetória do matemático Artur Ávila
O aprendizado em matemática tem uma característica diferente de outras disciplinas. O conteúdo é contínuo, como num videogame: quem não aprende direito a disciplina no primeiro ano, vai saber menos ainda no segundo, e pior ainda no terceiro.
No Brasil, o aprendizado de matemática nas escolas públicas e privadas avançou nos últimos anos, mas o desempenho geral ainda deixa o país entre os últimos colocados do Pisa. Em matemática, o país caiu da 57ª para a 58ª posição entre 2009 e 2012, de um total de 65 países avaliados.
Matemática no Brasil e no mundo
Veja o desempenho médio em matemática de alguns países participantes da edição de 2012 do Pisa
Fonte: OCDE
Os recordes negativos do Brasil em matemática não aparecem apenas quando comparados com os resultados de outras partes do mundo. Na comparação com língua portuguesa e ciência, a matemática também sai perdendo: apesar da evolução em cinco edições do Pisa, a nota dos alunos de 15 anos em matemática continua sendo a mais baixa de todas as áreas: 391, contra 410 em leitura e 405 em ciências.
Na questão específica do uso de raciocínio para a resolução de problemas de matemática aplicados à vida real, o Brasil também ficou para trás, ocupando a 38ª posição entre 44 países avaliados pelo Pisa.
Em outras avaliações e indicadores educacionais, a pontuação de matemática também repete a situação de atraso em relação a outras áreas. Na Prova Brasil 2011, só 12% dos estudantes no 9º ano do fundamental mostraram que possuem o aprendizado adequado de resolução de problemas para o nível de ensino –291.989 de 2.481.059 alunos, segundo o portal de dados educacionais QEdu.
Fonte: g1.com